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terça-feira, 30 de junho de 2009

HARMONIA, ENCONTRO E ENTENDIMENTO



Sempre que estou triste, pego no papel, leio e releio... No fim, é tão reconfortante...Simples e Puras são as palavras que são capazes de parar o tempo e sentir!! Curiosos? O texto foi escrito pelo surfista desconhecido...Cá vai:



Como se a própria natureza cantasse um hino de alegria e dançasse ao sabor do momento…



Não sei quantos de nós é que já notamos e sentimos esta única e indescritível harmonia e energia que se estabelece entre as pessoas. Um olhar, um silêncio, um toque, um abraço, uma presença, uma palavra que nos reportam atemporalmente para esse entendimento de harmonia. Pode ser um desconhecido, um amigo, um familiar, um companheiro. Mais que isso é uma mera pessoa. Um contacto entre duas formas de energia que se harmonizam e complementam. Um momento mágico.É algo tão único e singular que se torna extremamente difícil de traduzir por palavras. As palavras são belas, poéticas mas escassas em espelhar algo que se sente, vive e respira. À parte que a experiência é intrinsecamente subjectiva e cada um percepciona de acordo com o seu estado mental. Mas, quando de repente nos deparamos perante um desconhecido, a mera presença, a transparência do olhar e a sinceridade do sorriso, a articulação dos movimentos, o encaixe e sincronia das palavras, nos fazem esquecer o tempo e o espaço para simplesmente Estar e Ser… É demasiado bonito os nossos caminhos cruzarem-se com energias tão similares, em harmonia ou complementares.Por vezes estamos de tal modo auto-centrados que não permitimos que essa energia flua. Bloqueamos e recalcamos, ignoramos e menosprezamos. Para haver sincronia é necessário abertura e receptividade. Descentralizarmo-nos um pouco de nós e permitir que as coisas fluam e aconteçam. Aí notamos como esta mágica união não é a dois mas a três. Num segundo, num momento atemporal, duas formas de energia diluem-se e encontram-se na natureza que reflecte este encontro. Se abrirmos os olhos, se estivermos atentos e um pouco conscientes, podemos ver esses pequenos pormenores em nosso redor. Como se a própria natureza cantasse um hino de alegria e dançasse ao sabor do momento.Acho que já escrevi tantas e tantas vezes sobre o modo como cada ser é auto-centrado em si, vive como se fosse o centro do mundo e percepciona a realidade altamente filtrada segundo o seu ponto de vista. Mas é que parece-me de tal modo que é assim que vivemos, iludidos e adormecidos, que esta é a nossa primeira e original fonte de problemas, que não consigo deixar de sentir e mencioná-lo inúmeras vezes. Neste caso, no encontro e partilha harmoniosa entre dois seres (seja um desconhecido, um amigo, um familiar, um namorado, um vizinho), para que haja fluir e diluição do momento é necessário receptividade, abertura e uma certa dose de des-centralização. Assim abrimos o olhar para o Outro e para o encontro que ocorre. Permitimos. Partilhamos. Respiramos. Vivemos. Sentimos. Somos.Tenho despertado diariamente com esta sensação de partilha, de encontro com o Outro. De momento. Vejo de manhã as pessoas nos carros prontas para mais um árduo dia de trabalho, no caos da cidade, no meio do ruído e da poluição, enquanto que eu desperto mais um dia para ver o mar, observar as condições, surfar na melhor maré, contemplar a natureza e dedicar-me ao que sinto. Ter tempo e disponibilidade para a partilha do momento, para o encontro com a vida e com o Outro. Vejo e sinto a tristeza e o vazio destas pessoas, talvez não da sua vida mas da rotina do seu trabalho, rápida e ininterrupta onde o tempo existe e é sinónimo de dinheiro. São horas passadas no tráfego, perdidos por entre mil pensamentos, um dia no meio do caos, da poluição e do ruído, uma rotina imposta pela rapidez, longe da natureza, do fluir de um rio e riacho, da dança das abelhas e do canto dos passarinhos. É como uma constante bebedeira que nos embriaga e adormece os sentidos e a essência. Consumismo, violência, ganância, poder, ambição, competição. Isto passa a lei da selva, vai muito além de uma questão de sobrevivência. É a lei do Homem, da ilusão colectiva que se desenvolve e alimenta em círculo vicioso.Queremos mesmo viver assim? Em letargia e apáticos? Insatisfeitos e irrealizados? Regidos pela rapidez e competição que se respira nesta sociedade? Sem tempo para o nascer e pôr-do-sol? Para o azul do céu e a beleza da natureza? Sem tempo para escutarmos o nosso interior e seguir o contorno dos nossos sonhos?...

Podemos passar assim uma vida inteira. Tão perto e longe de nós próprios. Da nossa essência. Da música que ecoa no instrumento do nosso corpo, desafinado e inapto para tocar, para fluir, para sentir. Pergunto-me o que nos leva a descurarmo-nos assim de nós próprios? A ter tão pouco e escasso Amor para connosco? A adormecermos assim a nossa sensibilidade? Virarmo-nos para nós sem realmente olhar. Centrarmo-nos na superficialidade do nosso Eu encobrindo a nossa essência. Precisamos ir para além das nossas palavras e escutar o nosso Silêncio. Sentarmo-nos e estar com ele, connosco, sem medo, nem receio. Sem julgamento e expectativas. Simplesmente Estar.Receptivos e abertos para connosco vamos estar também para com o Outro. E vice-versa. Porque nada está separado, limitado ou circunscrito, mas em plena interdependência, interacção e expansão. Neste momento – de plena, espontânea e sincera abertura – podemos encontrar outro Ser. Muito além do tempo e do espaço. Quando nos perdemos na íris do seu olhar, na transparência que não esconde nem oculta. Sincera. Pura. De repente nada mais importa e tudo faz sentido aqui, agora, no fluir deste momento, na dinâmica deste encontro e partilha. Olhamos para o outro com o coração, com profundidade, com leveza de quem não julga mas simplesmente vive. Não importa se é um segundo, uma hora, um dia, uma semana, vários meses ou anos, o momento é atemporal, de consciência, de crescimento, de vida. Podemos sempre aprender com toda e qualquer pessoa mas nem sempre ocorre um encontro entre duas pessoas que se permitem escutar mutuamente, natural e espontaneamente, desenvolverem juntos a consciência. Aprender e crescer. Escutar, aceitar, amar. Por vezes, é um encontro com um amigo que se pauta por uma fluida harmonia e delicado entendimento sem medos, bloqueios ou recalcamentos; sem críticas, julgamento ou orgulho. Nesta dinâmica harmoniosa um fala o outro escuta, um pensa o outro sente, o silêncio é absoluto leve e pleno, jamais pesado ou constrangedor. O entendimento passa os limites das próprias palavras e espelha-se num toque, num olhar, num sorriso, num gesto ou movimento, numa presença pacífica. As ideias são energias que não chocam mas se diluem umas nas outras, pensamentos síncronos, actos sincronizados e complementares. Há encontro. Há partilha. Há harmonia. Há amor.E o que é o Amor – no seu sentido e universal – senão a energia mais linda do Universo?...Muitas vezes também se estamos casados ou com namorado não permitimos que esse encontro ocorra com uma pessoa do sexo oposto por medo ou receio de ciúmes da pessoa com quem estamos. Porém, é importante aprender a separar as coisas. Amor é amor, é fluido, livre e universal. Uma relação de amor entre duas pessoas deveria também ser vivida com base na aceitação e confiança. Não é necessário bloquear, recalcar, ignorar ou travar uma harmonia que se estabelece entre dois seres, duas energias, por medo seja do que for. Uma pessoa pode perder-se no olhar e encontro com outro ser, num momento de atenção e consciência, sem isso ser motivo de qualquer bloqueio ou culpabilização. É Amor, é consciência e atenção para com o Outro. Viver é aprender, aceitar, confiar. Viver é amar… Amar no sentido universal, compassivo, absoluto e total incluindo tudo e todos sem restrições ou discriminações.... É tão bonito, poético e… natural o encontro e diluição de dois seres num instante atemporal... Um momento de atenção, de consciência. Uno e universal...




É bonito, não é? Um pouco mais de harmonia, o mundo seria bem melhor :)





Deixo-vos a minha fotografia, tirada no momento em que senti a harmonia...



Fútil Mafalda*

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